17.5.11

V

"So, go on, and cry me a river"
  O ar envolvente era ameno e os mosquitos bailavam num ritmo frenético, procurando beber o sangue daqueles corpos que ali repousavam. O céu estrelado acolhendo aqueles que por baixo dele se deleitavam. Dois corpos adormecidos pelo toque venenoso de uma garrafa de vinho. 
  Um movimento lento e difícil, um toque suave na pele de quem repousava ao seu lado.
  "Ian?" Murmurou ela, passando-lhe a mão pelo peito, recebendo outro murmuro preguiçoso de volta. "Will you still love me tomorrow?"
  O corpo deitado do lado dela ergueu-se, olhou-a nos olhos, e lançou a mão na direcção do seu rosto macio.
  "Madalina," disse, fazendo uma pausa de entoação, "I'll love you everyday."
  No cenário em que posavam, nada a mais a perturbava a não ser a ideia de que, se algum dia o perdesse, nada voltaria a ser o mesmo. Ian era uma presença, de longe, demasiado marcante na sua vida. 
  Tentando não pensar nos piores cenários, aproximou-se da fonte de calor humano tão próxima dela e beijou-lhe os lábios finos e doces, cor de framboesa.

(...) 

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