Mil e uma coisas passam pela minha cabeça, palavras em cima de nuvens, sentimentos arrastando-se vagarosamente pelo meu pensamento, mas um tema para escrever não é uma dessas coisas.
Podia escrever sobre o quanto me custa a tua ausência, embora tenham passado apenas 3 dias. O tamanho da fissura que em mim abriste. O silêncio violento que ocupou o lugar da tua voz na minha rotina. Juntar todos esse sentimentos num canto magoado, ao bom estilo de Sylvia Plath.
Porém, a maneira como partiste também dá para me estender a largas prosas. Fui-te perdendo a pouco e pouco, sempre cega e iludida ao que estava a acontecer, não lutando porque não tinha noção. Tu mandavas-me todos os sinais, mas eu, cega de amores por ti, não os recebia no seu formato original.
Ou posso optar por enumerar todas as memórias que guardo de nós. Todos os momentos bons e menos bons. Posso relatar a sofreguidão com que recordo, agora, o nosso último beijo.
Optar por escrever todos os nossos momentos escondidos em metáforas, fugidos nas entrelinhas, como mensagens subentendidas, de tão privados e nossos que são.
Tenho também presente a escolha de partilhar com o mundo tudo aquilo que me ensinaste e que fizeram de mim uma pessoa melhor. Verdade seja dita, és a criatura mais inteligente que já conheci. Reúnes em ti toda a sabedoria e conhecimento do mundo, e, sinto-me uma sortuda por ter aprendido o que quer que fosse contigo.
Escrever sobre a atenção que tu prestavas aos pequenos detalhes também é plausível. Eras a única pessoa que tinha em conta a minha encantação por flores, inclusive lembravas-te sempre das minhas preferidas, e, aproveitavas todas as ocasiões para me brindar com uma, quer fosse uma rosa no catorze de Fevereiro ou gérberas no meu aniversário.
Não, não vou escrever sobre nada disto. Vou resumir tudo o que quero que oiças neste último parágrafo. Obrigada por me teres dado o prazer de figurar na tua vida, e, quem sabe, fazer a diferença. Espero ter-te proporcionado o mesmo prazer e que o tenhas recebido da mesma maneira que eu. Quando lançar um livro, por baixo do nome da minha mãe e do Frederico, vai lá estar o teu. Obrigado Vasco, meu macarron, por teres sido a maior inspiração que o mundo me podia dar.
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